FSR – TUCHLER

DO QUE APRENDEMOS NOS LIVROS DE ONTEM

DO QUE APRENDEMOS NOS LIVROS DE ONTEM

 

 

 

 

 

 

21 de janeiro de 2016

Como estão os custos de sua empresa? Bem cuidados? Certeza?

Uma vez li a frase que diz ‘os custos não são feitos para ser calculados, eles existem para ser reduzidos’… e sempre levamos este assunto bem a sério na gestão do Pastifício PRIMO.

Acredito que não importa se o seu negócio é serviço ou produto. Em épocas de crise – como a atual – toda ideia que ajude na redução de custos merece uma atenção redobrada, e este tem sido meu principal foco de trabalho e estudo nestes últimos meses.

Como acontece algumas vezes, as respostas que procuramos chegam de forma inusitada. E desta vez foi revirando a minha biblioteca, separando alguns livros “para doar”. O acaso me fez olhar melhor o Just-in-Time – um livro chato sobre processos industriais dos anos 90 – e algumas frases soltas ali me provocaram um estalo! Para resumir: uma coisa leva a outra, e um momento depois estava pesquisando na internet o Sistema Toyota de Produção, encantado.

Mesmo não sendo nenhuma novidade, quero compartilhar com você um pouco do que tenho lido sobre o assunto e, principalmente, como adaptar este conhecimento para nossos pequenos negócios.

O começo

Todos conhecemos a inovação de Henry Ford e a linha de montagem do modelo T, criada em 1908. Mas nos anos 1950 aconteceu algo muito interessante no mundo automotivo. Um grupo de engenheiros da Toyota, depois de estudar o sistema Ford, o aprimoraram, definindo novos patamares, organizando a extrema complexidade das novas demandas de mercado e o avanço tecnológico.

Assim surgiu o Sistema Toyota de Produção, cheio de sabedoria oriental, zen, quase poética, e que já foi modinha no século passado, mas ainda tem muito a nos ensinar. Acho que eu nunca tinha observado com tanta paixão como agora os conceitos – que estão inseridos em três termos japoneses que são o alicerce de todo o sistema – do modelo 3M: Muri, Mura e Muda.

 

Muri (sobrecarga)

Se refere à sobrecarga de pessoas ou equipes que, apesar de parecer mais econômico trabalhar com menos pessoas, termina por ser ineficiente. Isso significa que as pessoas estão trabalhando extenuadas, o que pode resultar em produtos defeituosos, falta de produtividade, esgotamento físico e mental, lesões por esforços repetitivo, ou até mesmo acidentes.

Mura (desequilíbrio)

Quer dizer uma força de trabalho desbalanceada no fluxo do produto ou serviço, provocando gargalos. No nosso dia-a-dia já passamos por isso várias vezes: trabalhamos feito doidos num dia, pagando hora extra, para entregar um pedido, e no outro dia havia nada para fazer.

Muda (desperdício)

Esta é a parte que achei mais bacana, e de amplo entendimento. A definição de desperdício é simples: tudo o que soma ao custo da empresa e que não é valorizado pelo cliente!

Os japoneses definiram 7 Mudas:

– superprodução – fabricar mais do que necessário gasta energia, consome o caixa e causa superestoque

– estoque – manter estoque parado é um custo, seja de espaço como de capital, e precisa ser cuidado, precisa de pessoas para que não estrague ou se desvalorize

– movimento – estações de trabalho mal distribuídas diminuem a produtividade, o funcionário tem que parar a todo momento para buscar matéria prima, ou pegar uma ferramenta

– espera – uma máquina parada por falta de matéria prima resulta em um gargalo, atrasando um cronograma e prejudicando toda a cadeia produtiva

– transporte – tempo e dinheiro movendo produtos de um lugar a outro, quando na verdade o produto precisa chegar no ponto de venda!

– superprocessamento – fazer produtos complexos sem receita extra, que o cliente não percebe valor, é um total desperdício

– defeitos – produtos abaixo do padrão provoca devoluções, perda de clientes e desprestigio, portanto devemos focar em fazer o melhor produto

Aposto que você, lendo os 7 Mudas, já está tendo ideias para hoje mesmo começar a trabalhar melhor.

E mudar! Nas crises é onde costumam aparecer novas formas de ser mais eficiente, mais produtivo, mais enxuto.

E se você, por acaso, ainda não começou a cortar custos, eu recomendo urgente pegar a tesoura!

Sem mimimi, sem enrolação, sem ficar esperando um milagre acontecer (que esses estão muito escassos).

Bora arregaçar as mangas e colocar as mãos na massa.

 

Ivan Primo Bornes – fundador e mestre masseiro do Pastificio Primo, passa os dias com a mão na massa e os olhos nos custo”

 

Fonte: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/do-que-aprendemos-nos-livros-de-ontem/

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